quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Não é que eu seja afeito às fugas. não considero mérito nenhum beber até a morte, ou até perder os dedos, como o Lemmy. Não considero virtude a necessidade canalha que me visita em noites tristes. As pessoas tentam me ajudar e eu me sinto abençoado. Entretanto me fecho um pouco mais. Meus problemas não são quadros em exposição agressiva. Não me entenda mal. Não sou melhor do que ninguém pra negar ajuda. Porém fecho a porta do quarto e ouço Tom Waits com uma fervorosidade devota. Me apego às músicas e garrafas e cigarros, na impossibilidade de me entrincheirar entre as pernas dela. Na impossibilidade de rasgar o peito em um blues obscuro. Deito-me sozinho em um quarto alugado. Procuro veias e não encontro. Então bebo um pouco mais. Choro e admiro a morte. Lady suave, que não pode ser trazida à força. Que nunca aceita uma ordem. Me contento com o acre gosto de vinho e continuo por aqui. Enquanto houver Tom waits e cerveja, ainda há uma réstia de esperança.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Solicito uma linha de espera para lugar nenhum. Eu, Fernando, espero pacientemente que não hajam lágrimas. Sei da deserção em noites de angústia. Da fúria em horas de caos. Frequento abrigos lúgubres infectados com o mais doce tipo de morte. Visito incertezas. Sei da insônia antes da morte.
Opto por abandonar o navio. Desisto desse barco imundo nomeado sociedade. Abro mão de novas escolhas. Minhas liberdades. A lua nunca será digna de meus filhos. E o mundo não é limpo o suficiente. Homens demais nele. Loucura, solidão, derrota. A imperdoável sabedoria do ser. A incosistência. incoerência. A falibilidade do Homem. Do Monstro.
Ainda amo alguns cães vadios. E uma mulher. Mas nem isso é capaz de me dar alento. Apagaram a luz, no fim do túnel. E simplesmente ligaram o som. Tocando a pior música do mundo. O som de gatilhos em movimentação frenética. Prestem atenção. Vocês vão ouvir também. É a arma na sua cabeça. Aguardando. O fechar dos seus olhos.