quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Não é que eu seja afeito às fugas. não considero mérito nenhum beber até a morte, ou até perder os dedos, como o Lemmy. Não considero virtude a necessidade canalha que me visita em noites tristes. As pessoas tentam me ajudar e eu me sinto abençoado. Entretanto me fecho um pouco mais. Meus problemas não são quadros em exposição agressiva. Não me entenda mal. Não sou melhor do que ninguém pra negar ajuda. Porém fecho a porta do quarto e ouço Tom Waits com uma fervorosidade devota. Me apego às músicas e garrafas e cigarros, na impossibilidade de me entrincheirar entre as pernas dela. Na impossibilidade de rasgar o peito em um blues obscuro. Deito-me sozinho em um quarto alugado. Procuro veias e não encontro. Então bebo um pouco mais. Choro e admiro a morte. Lady suave, que não pode ser trazida à força. Que nunca aceita uma ordem. Me contento com o acre gosto de vinho e continuo por aqui. Enquanto houver Tom waits e cerveja, ainda há uma réstia de esperança.

Um comentário:

  1. a tantas noites vazias!!!!alias quais noites nao tem sido vazias?!

    mateus kbça

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