Doze anos de Silêncio
amebas atrofiadas em cadeiras de escritório e poltronas de TV
Jovens brigões covardes demais para admitir sua raiva
Doze anos de Medo
Uma geração inteira de zumbis
por isso as roupas caras
os sapatos da moda
espertofones com alto QI
Doze anos de Tédio
Uma ditadura se anunciando
em nome de deus cruel
Garotos e garotas sem transar até os 18
Doze dúzias de babacas medrosos
Um tempo de solidão
mas eles têm 1000 amigos no facebook
Doze milhões online servers
Meu medo do futuro cresce
quando olho as crianças
33 rotações completas
nenhum bpm no bitrate
quarta-feira, 12 de junho de 2013
sexta-feira, 22 de março de 2013
Não é bem o que chamam de depressão. É inquietação. É incerteza. É toda a fúria acumulada durante anos, lutando pra sair. Reneguei-me a satisfazer meu ego torpe e meus desejos insólitos. E ondas de fúria vêm me amaldiçoando. Fúria real. Quase palpável. Fúria capaz de destruir os diques frágeis que construi em mim. E tenho medo. Tenho medo das consequências disso. Quando as paredes começarem a ruir, tudo o que sair, vai ser ruim. Vai ser feio. Vai ser a soma de tudo de podre que há em mim. Minha alma nunca foi das mais limpas, mesmo. Meus atos de bondade duram um nano-segundo, se tanto. Meus arrependimentos são passageiros cadavéricos no trem de impulsividade que eu sempre fui. Irracionalidade. Raiva, muito raiva. Ódio. Real e inexorável. Tento esconder as rachaduras enquanto arranho essas palavras. Mas elas se abrem mais a cada segundo. Melhor saírem de perto. Quando a bomba explodir, não vai sobrar nenhum carinho. Pra ninguém.
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