sexta-feira, 26 de agosto de 2011

E com a ponta da mão. Apronta o soco. Não abaixa. Desguia, por via das. Dúvidas. Segue caindo. O soco preso. No páreo do ar. O soco que não foi. Soco. A alma caindo. Embaixo da calma. Da cama. Da sala. O ar a ponto de. Fuga. Fervura. Luxúria. E a puta. Onde está? Desviou do soco. Desguiou. Fugiu. Pagou pra ela. E ela nem chupou. A puta. Puta filha de uma puta. Essa puta. Deixou o ar com cheiro de. Lavanda. Amanda. Era esse o nome da puta. Não se lembra? Quis bater-lhe por ódio e medo. Ou seria por tédio e apego? Não. Era medo. Mas medo de quê? De amar. Gozar. Casar e não trepar. Uma vez puta sempre puta. Não podia dar-lhe casa. Comida. Roupa lavada. Seria corno de toda a putada. Pra toda a vizinhança enxerida. Metida. Fodida. E puta se regalaria. Não seria mais puta. Se tivesse acertado. O soco. O soco que nunca foi. Soco. Ele era coxo. Mambembe. E roto. Ela foi-se. Ele. Mal teve tempo. De preparar-se. Ela lhe havia deixado. Um presente. Uma calcinha usada. Meio litro de uísque. Um pouquinho de raiva. E a coragem. Pro formicida.







(Texto originalmente publicado em: http://diariodinossauro.blogspot.com/ )

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